Em entrevista à Fórum, a antropóloga Adriana Dias Higa, que pesquisa a atividade de neonazistas no Brasil, afirma que, “neste momento os patrocinadores de Monark endossam a formação de um partido nazista” e que os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tábata Amaral (PSB-SP) deveriam ter dado voz de prisão ao apresentador do Flow Podcast.
O apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu na noite desta segunda-feira (7) a existência de um partido nazista. Durante entrevista com os parlamentares, o apresentador afirmou que “a esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical. As duas tinham que ter espaço na minha opinião”. “Eu acho que tinha que ter um partido nazista reconhecido pela lei. As pessoas não têm o direito de ser idiotas?”, questionou o apresentador.
“A primeira coisa que eu tenho para dizer: as pessoas que patrocinam Monark nesse momento ou que endossam a fala dele através de alguma forma de benefício, nesse momento endossam a formação de um partido nacional-socialista, a formação de um partido nazista”, diz Adriana Dias.
Em seguida, a pesquisadora critica a postura dos parlamentares Kim Kataguiri e Tábata Amaral.
“Segundo a nossa lei, ninguém tem liberdade de ser nazista. O racismo, a expressão nazista ela é considerada pela nossa lei apologia ao nazismo e é crime. Me admira, portanto, dois deputados federais estarem ouvindo ele fazer apologia ao nazismo e não darem voz de prisão. Isso é o que eu gostaria de saber. Por que o Kim e a Tabata não deram voz de prisão no mesmo momento em que ele começou a falar isso? Isso me admira”, questiona a pesquisadora.
Fonte: Revista Fórum - 08/02/2022 11h:46
0 comentários:
Postar um comentário