“O homem de Deus não se vende por qualquer importância”, pregou José Wellington Bezerra da Costa, 86 anos de idade, homem de negócios bem-sucedido, dono de mais de 100 empresas do ramo religioso, e poderoso chefão da Assembleia de Deus no Brasil, com cerca de 300 templos e 6 milhões de fiéis.
Encaixou em seguida: “A igreja” (referindo-se a dele, a mais influente entre as evangélicas), “não precisa de dinheiro do Estado”. Não resistiu, porém, e foi direto ao que lhe interessava: instruir os pastores de sua denominação religiosa a como proceder em época de eleição e no manuseio de verbas públicas.
Ele é pai de três filhos (o deputado federal Paulo Freire Costa (PL-SP), a deputada estadual Marta Costa (PSD-SP) e a vereadora Rute Costa (PSDB-SP). E, no ano passado, os 3 tiveram acesso a R$ 25 milhões em recursos públicos. Nas eleições que disputaram, foram abertamente apoiados pela igreja do pai.
Na mais recente reunião com suas ovelhas em São Paulo, segunda-feira passada, Bezerra da Costa ensinou:
“Você quer dinheiro? Quer, mas chame então o pastor da Assembleia de Deus”.
Ouvido pelo jornal O Estado de S. Paulo, Bezerra da Costa confirmou tudo o que dissera, e disse mais:
“Quando o prefeito de uma cidade precisa de uma verba, evidente que mandamos o pastor da nossa igreja para que ele tenha conhecimento com o prefeito. O nosso deputado vai entender, naturalmente, se a verba for coisa lícita, mas pelos canais oficiais. A igreja não tem qualquer compromisso político.”
“O candidato da minha igreja, eu ponho ele no púlpito, eu ponho ele na minha casa, eu ponho ele no meu carro, eu ponho ele onde eu quiser. Quem trouxe a política para o ministério da Assembleia de Deus fui eu porque entendi que existem interesses da igreja, especialmente legais.”
Transparência maior, impossível. Bezerra da Costa e seu rebanho apoiaram a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, e pretendem repetir a dose este ano.
Fonte:BLOG DO NOBLAT/METROPOLES
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