((Foto: reprodução/TV Bahia))
A Justiça atendeu ao pedido da defesa do homem preso ao se passar por médico no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, e concedeu, nesta quinta-feira (10), o relaxamento da prisão de Fábio dos Santos Virgem. O suspeito deixou a carceragem da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) mediante pagamento de fiança e assinatura de termo de compromisso.
A defesa de Fábio, ao pedir o relaxamento, também nesta quinta, alegou que a prisão aconteceu de maneira arbitrária e que ele se identificou como estudante e não como profissional de medicina. De acordo o G1, a juíza afirmou que não há fundamentos para a conversão da prisão em flagrante em preventiva, e que em liberdade, Fábio não colocará em risco a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal. Segundo ela, as acusações contra Fábio tratam-se de crime de baixo potencial ofensivo e, “em caso de futura condenação, não será possível a imposição de penas privativas de liberdade nos regimes semiaberto ou fechado". A magistrada também informou que Fábio disse ser portador de diversas comorbidades associadas à obesidade e, por isso, médicos não recomendam a sua colocação em cárcere.A decisão destaca que se Fábio se envolver em novos delitos ou descumprir com as obrigações do termo assinado, a Justiça poderá decretar prisão preventiva.
Entenda o caso
Um homem que se passava por médico foi preso em flagrante na noite da terça-feira (8), no Hospital Geral do Estado (HGE). Segundo a Polícia Civil, ele estava enganando a família do investigador Yago da França Souza Avelar, que está em protocolo para confirmação de morte cerebral após um acidente de carro.
Vestido de jaleco e com estetoscópio, o falso médico teve acesso à UTI onde o policial estava internado e passou a fornecer informações falsas sobre o estado de saúde do policial.
Yago sofreu um acidente na BA-233, na Chapada Diamantina, quando fazia transferência de presos em uma viatura, na sexta-feira (4). Os quatro presos ficaram feridos. Outros dois policiais que estavam no veículo morreram.
No sábado, a equipe médica que tratava de Yago informou à família e à Polícia Civil que o investigador teve morte encefálica, sendo iniciado o protocolo para confirmação, que exige exames clínicos e complementares. Um médico decidiu solicitar novos procedimentos para investigar o estado de saúde de maneira mais aprofundada, antes de atestar o encerramento de suas atividades cerebrais. "Entretanto, como em todo quadro clínico, é possível haver desdobramentosimprevistos, e a Polícia Civil da Bahia segue aguardando novos posicionamentosda equipe médica e orando pela mudança do quadro", diz nota divulgada
Reportagem do Correio da Bahia em 11/02/2022
pela corporação.O falso médico passava por áudios informações que seriam sobre o real estado de saúde de Yago. As mensagens viralizaram nas redes sociais. Familiares chegaram acompartilharque eram falsas as notícias sobre a morte do investigador, divulgada inicialmente pela Polícia Civil no sábado (5). "Fique tranquila porque Yago tá vivo. Ele não tá morto. Essa morte cerebral que foi decretada a ele não é real. Existe a possibilidade de vida. Porque o coração dele tá batendo perfeitamente sem medicamento, o pulmão dele está respirando sem medicamento, ele tá lutando a favor da vida", dizia uma das mensagens que o falso médico enviou para parentes do policial.Uma familiar de Yago, que é médica,desconfiou de algumas declarações do falso médico. Policiais de Seabra, que estavam no hospital, resolveram abordar o homem. Ele trazia uma identidade da Argentina e não apresentou nenhum documento que comprovasse que poderia exercer a medicina. Com ele, foi apreendido um carimbo com nome de Fábio Mitchel Abrahim, e um número do Conselho Regional de Medicina(CRM)."Trata-se de uma pessoa que se passava por médico, não se sabe ainda porque,estamos ainda analisando o interrogatório dele. Inicialmente trata-se de uma pessoa quequis entrar naquela unidade e repassar informações para a família como se médico fosse. Issotrouxe para a família esperanças de uma melhora de saúde do colega", diz o delegado MaurícioMoradillo, da 1ª Delegacia.O falso médico foi apresentado na 1ª DT, onde foi autuado em flagrante por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica. A delegacia instaurou inquérito e vai apurar também o acesso ao HGE. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab)diz que o falso médico não faz parte do corpo clínico da unidade e que as circunstâncias doacesso à unidade e ao paciente serão detalhadas no decorrer da investigação da polícia.
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