O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (8) que o ex-ministro Sergio Moro "sempre teve um propósito político".
Moro deixou o governo em 2020, acusando o mandatário de tentar interferir na Polícia Federal.
O ex-juiz da Lava Jato planeja se filiar ao Podemos na quarta (10) e sinalizou a aliados que pretende entrar na disputa pelo Palácio do Planalto.
"Você começa a entender um pouco mais as coisas, entender o que eu passei com o ministro Sergio Moro. Ele sempre teve um propósito político, nada contra, mas fazia aquilo de forma camuflada. E ele tinha intenção sim de ir ao Supremo [Tribunal Federal]. Num primeiro momento eu achei justa a intenção dele, depois eu passei a conhecê-lo um pouquinho melhor", disse Bolsonaro, durante entrevista à Jovem Pan.
Caso participe da corrida eleitoral, Moro vai se somar à lista de possíveis candidatos que tentam romper o protagonismo de Lula e Bolsonaro no próximo pleito.
Fazem parte do grupo Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Rodrigo Pacheco (PSD), entre outros.
Enquanto juiz da Lava Jato, Moro condenou Lula no caso do tríplex do Guarujá.
O ex-presidente ficou preso por 580 dias em Curitiba. Ele foi solto após o STF ter mudado entendimento sobre prisão após segunda instância, determinando que só pode ocorrer após o trânsito em julgado (fim dos recursos).
Em 2021, o STF anulou as condenações proferidas contra Lula pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba. Meses depois, em uma dura derrota para o ex-juiz, o Supremo declarou Moro parcial na condução do processo.
Diferentes pontos levantados pela defesa de Lula levaram à decisão dos ministros, como condução coercitiva sem prévia intimação para oitiva, interceptações telefônicas do ex-presidente, parentes e advogados antes de adotadas outras medidas investigativas e divulgação de grampos.
A posse de Moro no governo Bolsonaro e os diálogos entre integrantes da Lava Jato obtidos pelo site The Intercept Brasil também pesaram.
As conversas dos aplicativos de mensagem expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato.
O então juiz indicou testemunha que poderia colaborar nas investigações contra Lula, orientou inclusão de prova contra réu em denúncia do Ministério Público, entre outros elementos explorados pelas defesas dos condenados na Operação Lava Jato.
Moro e os procuradores sempre repetiram que não reconhecem a autenticidade das mensagens, mas que, se verdadeiras, não contêm ilegalidades.
Fonte: FLHAPRESS - 08/11/2021 17h18min.
0 comentários:
Postar um comentário