sábado, 19 de novembro de 2022

Copa 2022: Presidente da Fifa repreende europeus: "Devíamos pedir desculpas"


                                        
 foto:reprodução
   

                  

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, acusou os europeus de hipocrisia na questão dos trabalhadores migrantes que morreram na construção dos estádios e infraestruturas para o Mundial do Catar.

De acordo com a Anistia Internacional, cerca de 6.500 pessoas faleceram durante as preparações da competição.

Para o presidente da FIFA, o "velho continente" tem telhado de vidro ao longo da sua história e nada fez para melhorar a situação desses migrantes.

"Tendo em conta o que nós, europeus, andamos fazendo nos últimos três mil anos, devíamos pedir desculpas pelos próximos três mil anos antes de começar a dar lições de moral. Se a Europa realmente quisesse saber destes jovens, faria como o Catar: criaria canais legais, albergando uma percentagem desses trabalhadores. Isto significa que não deveríamos apontar o dedo ao que não funciona. Estas lições de moral num só sentido são apenas hipocrisia", disse o líder do órgão máximo do futebol, este sábado, no seu discurso de abertura da Copa do Mundo.

Ainda no discurso, Infantino fez questão de garantir que compreende o que sentiam muitos dos afetados pelo regime qatari.

"Hoje me sinto qatari; hoje me árabe; hoje me sinto africano; hoje me gay; hoje me deficiente; hoje me um trabalhador migrante. Claro que não sou qatari, árabe, africano, gay ou deficiente. Mas me sinto como tal, pois sei o que é ser discriminado, como estrangeiro num país diferente. Quando criança, na escola, o que fiz? Olhei para o chão e fui para o quarto chorar. Depois tentei criar lanços e fazer amizades. É isto que deveríamos fazer. Quando criança, fui discriminado (na Suíça) porque era ruivo e tinha sardas, era italiano e não falava bem o alemão", acrescentou.

Por fim, ele falou que não se tratava de uma defesa do Catar. "Não tenho de defender o Catar, eles sabem defender-se sozinhos. Estou aqui defendendo o futebol e a injustiça", concluiu.

Fonte:Portal IG- 19/11/2022

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