Bolsonaro e Salles em entrevista coletiva, agosto de 2019 (Créditos: Marcos Corrêa/PR)
Durante a fatídica reunião ministerial do dia 22/IV, cujo conteúdo foi revelado recentemente por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que o Governo Federal deveria aproveitar o atual momento, em que a atenção da mídia está voltada à cobertura da pandemia de coronavírus, para publicar, de forma massiva, medidas que facilitariam a devastação de áreas protegidas.
"A oportunidade que nós temos, porque a imprensa tá nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação, todas as reformas (...) Precisa ter um esforço nosso, aqui, enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só falam de covid, e ir passando a boiada, mudando todo o regramento, simplificando normas do IPHAN, do Ministério da Agricultura, do Ministério do Meio Ambiente", disse o ministro.
E completou: "agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação do regulatório que nós precisamos".
A declaração de Salles, entretanto, não caiu bem justamente naquele campo que deveria ser o maior beneficiado pela "baciada": o agronegócio.
Em entrevista à repórter Giovana Girardi, do Estadão, o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito, condenou as falas do ministro durante a reunião.
"Não precisa passar coisas de 'baciada'. Pegou mal. Pega mal pro agro. E veja bem. Não era a ministra da Agricultura que estava falando, era o ministro do Meio Ambiente. Tem um processo meio maluco nisso aí", disse Brito.
"A questão de desburocratização é a pauta há trinta anos. Tem trinta anos que a gente discute que precisa desburocratizar e tudo mais. Agora, é daquela forma? Não é daquela forma...", concluiu. Informações do Conversa Afiada.
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