foto:Acorda Cidade - 27/08/2020/reprodução
Motoristas que fazem transporte por aplicativo realizaram uma carreata nesta quinta-feira (27) pedindo atenção das autoridades de segurança pública para os constantes assaltos que a categoria vem sofrendo e fizeram um pedido paz. Eles se reuniram na Avenida Nóide Cerqueira, em Feira de Santana.
Werley Batista, que é presidente do Sincaap Bahia, afirmou ao Acorda Cidade que a violência contra a categoria está crescendo muito e pediu que os motoristas sempre registrem o Boletim de Ocorrência.
“A maioria dos motoristas não prestam queixa por acharem que não vai resolver o caso. Mas isso está errado, temos que mudar e começar a gerar um alto volume de registro de Boletim de Ocorrência para que as medidas cabíveis sejam adotadas em todo o estado. O sindicato está aqui para cobrar da segurança pública as medidas cabíveis, mas para isso é preciso registrar a queixa”, destacou.
Segundo o presidente do sindicato, a maioria dos assaltos ocorre quando a corrida é solicitada para terceiros. Ele pediu que as plataformas começassem a responsabilizar a pessoa que solicita a corrida, mesmo que ela não esteja sendo transportada no veículo no momento em que ocorrer o assalto.
“É importante falar sobre grande número de corridas para terceiros que vem acontecendo. Geralmente o assalto acontece quando a corrida está no nome de terceiros. Maria chama e quem pega o carro para ser transportado é José. José aproveita que não tem nenhuma imagem, nenhum dado dele dentro da plataforma, e comete assalto. Está na hora das plataformas responsabilizarem quem está chamando essas corridas. Somos pais e mães de família que estamos trabalhando dia e noite e temos que ser olhados com empatia”, defendeu.
Werley Batista lembra que o custo para manter um carro é alto e disse que a situação dos motoristas de aplicativo é muito delicada devido a insegurança. Além disso, ele informou que entregadores de moto e bicicleta também estão sofrendo assaltos e muitas vezes quando o bandido não leva o veículo, leva a comida ou a encomenda que vai ser entregue.
Relato de motoristas vítimas da violência
Nilson de Almeida Souza, é motorista de aplicativo há apenas seis meses, e já foi vítima de assalto. O assaltante levou dinheiro e celular e ainda fez ameaças contra a vida do motorista utilizando uma arma.
“Saí do Feira X para a Queimadinha. Quando cheguei na Queimadinha, que desembarquei o passageiro, surgiu outra viagem. Uma mulher chamou e perguntou se eu poderia levar o namorado dela, eu disse que sim, mas que ela teria que estar junto. Quando cheguei ao local me deparei com o elemento que estava atrás de uma árvore. Quando parei, ele entrou no carro, colocou a pistola na minha cabeça e me levou até o bairro Mangabeira. Ele me fez ameaças e disse que se eu fizesse qualquer gesto, ele iria me matar”, relatou em entrevista ao Acorda Cidade.
Rodrigo Assunção está na profissão a mais tempo, cerca de dois anos. Na semana passada ele levou um grande susto ao presenciar uma tentativa de homicídio quando deixava um passageiro no bairro Asa Branca.
“Estava com passageiro dentro do carro na hora. Quando ele desceu, eu escutei os disparos. Deixei as portas do carro abertas e entrei na casa de uma mulher. Fiquei com muito medo, pois qualquer coisa poderia acontecer comigo naquele momento”.
E essa não foi a única vez em que Rodrigo passou uma situação de perigo enquanto exercia o trabalho como motorista de aplicativo. Ele disse que há seis meses foi ameaçado de morte por uma facção criminosa.
“Entrei em determinado bairro aqui na cidade, onde uma facção criminosa colocou um revólver calibre 38 na minha cabeça, pediu pra eu abaixar os faróis, os vidros, pois quem comandava ali eram eles. Tive que retornar, então estamos vivendo no perigo, principalmente a noite aqui em Feira de Santana”, afirmou.
fonte: As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade em 27/08/2020
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