O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta sexta-feira (27) um processo que envolve o crime conhecido como “rachadinha” e que pode ter impacto no caso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
O tema será analisado no plenário virtual, a partir de uma ação penal aberta contra o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM), líder da bancada evangélica na Câmara dos Deputados. Por ser virtual, os ministros têm de hoje até o dia 4 de dezembro para apresentar os votos.
Voto de Barroso
O relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso, votou para condenar o parlamentar em uma pena de cinco anos e três meses de reclusão, além da perda do mandato.
Segundo Barroso, os elementos probatórios produzidos na instrução processual demonstraram que o réu, valendo-se do cargo de deputado federal, desviou recursos públicos destinados ao pagamento de assessores parlamentares, em proveito próprio.
Voto de Fachin
O ministro Edson Fachin também já votou e acompanhou Barroso. Para ele, no período da ocorrência dos fatos descritos na denúncia, é possível verificar a existência periódica de inúmeros depósitos não identificados (alguns, inclusive, realizados no mesmo dia e nos mesmos valores), a transferências de valores ou a realização de depósitos feitos por seus próprios secretários parlamentares em datas próximas ao recebimento das respectivas remunerações e os subsequentes saques.
O deputado Silas Câmara foi denunciado no STF por peculato, sob a acusação de empregar em seu gabinete "funcionários fantasmas" e de ter retido parte ou a totalidade dos salários de secretários parlamentares. Os crimes teriam ocorrido entre 2000 e 2011, totalizando um desvio de quase R$ 145 mil, em valores da época.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Silas nomeou 18 servidores em cargos comissionados para atuar em seu escritório de representação estadual e no gabinete na Câmara dos Deputados.
No entanto, conforme depoimento do funcionário Raimundo da Silva Gomes, considerado o operador financeiro do esquema, o parlamentar exigia constantemente que os secretários parlamentares entregassem parte, ou até mesmo o total da remuneração.
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