Um dos imóveis de luxo sequestrados pela Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, na manhã dessa segunda-feira (23/11), no âmbito da Operação Enterprise, é uma mansão avaliada em 2 milhões de euros, ou quase R$ 13 milhões. A residência, que tem arquitetura moderna e uma piscina grande, está localizada na Espanha e pertence a uma organização criminosa especializada em narcotráfico e lavagem de dinheiro.
O imóvel de luxo fica em L’Alqueria d’Asnar, um município da Espanha na província de Alicante, e pertencia ao chefão do tráfico. Em outra mansão, essa em Lisboa, capital de Portugal, os policiais acharam 11 milhões de euros escondidos em uma van. “Era tanto dinheiro, mas tanto dinheiro, que eles precisaram guardar em uma van”, ressaltou o delegado Elvis Secco, coordenador-geral de Repressão a Drogas da Polícia Federal.
No total, foram sequestrados, aproximadamente, R$ 400 milhões em bens do narcotráfico. Entre os quais, 30 aeronaves, imóveis e veículos de luxo. De acordo com a PF, existe a expectativa de que novos patrimônios sejam identificados após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.
“Chegamos à marca de R$ 1 bilhão em dinheiro e bens sequestrados em operações contra facções criminosas e lavagem de dinheiro. O crime organizado não está na periferia. As lideranças estão na elite, estão financiando outros crimes dentro e fora do país. O tráfico de drogas não deve ser combatido apenas com apreensão de caminhoneiros. Só se gera prejuízo combatendo o núcleo financeiro, a lavagem de dinheiro”, explicou Elvis Secco.
Veja a casa dos narcotraficantes na Espanha:
“Treinamos os nossos policiais para combater o tráfico como se fosse casos de corrupção, crimes financeiros. Os bens que sequestramos não vão para o forno como a droga. São bens que serão alienados e revertidos para o combate ao tráfico”, disse o delegado.
De acordo com a PF, a Enterprise é a ação mais expressiva do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Cerca de 670 policiais federais e mais 30 servidores da Receita cumpriram 149 mandados de busca e 66 de prisão nos seguintes estados: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco. As medidas foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba.
Ainda segundo a PF, a Operação Enterprise é a maior da história em apreensão de cocaína, pois, no decorrer da investigação, foram confiscadas 50 toneladas da droga em portos do Brasil, da Europa e da África. Tal volume coloca a organização criminosa como uma das mais atuantes no país.
O esquema utilizado pelos bandidos consistia na lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e exterior com uso de “laranjas” e empresas fictícias, a fim de dar aparência lícita ao lucro do tráfico. Os investigadores afirmaram que os valores eram lavados em postos de combustíveis e comércios em geral.
Em continuidade às ações de cooperação internacional, foram expedidas, ainda, difusões vermelhas na Interpol para a prisão de oito investigados que estão no exterior, bem como a identificação e sequestro de bens em outros países.
Enterprise
O nome da operação remete à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que trouxe alto grau de complexidade à investigação policial.
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