O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, "roubam o futuro" da juventude ao fechar universidades, disse nesta quarta-feira (26) Brian Nichols, chefe da diplomacia dos Estados Unidos para as Américas.
"O regime Ortega-Murillo rouba o futuro da juventude nicaraguense cortando financiamentos e fechando as melhores universidades e colocando ativistas estudantis na lista negra", disse Nichols em um tuíte.
O Parlamento nicaraguense, de maioria governista, aprovou em 19 de janeiro o encerramento de três associações universitárias privadas a pedido do Ministério do Interior (Migob).
São três associações civis ligadas às universidades: a Associação da Universidade Agrícola da Quinta Região, a Associação da Universidade de Jinotega e a Fundação Universidade de Mobile Latino-americana Campus (Fumlac).
Em dezembro, o Parlamento já havia fechado a Universidade Hispano-Americana (Uhispam), também privada.
O governo alega que os conselhos de administração não prestaram contas às instituições e também cortaram fundos para os centros de ensino superior.
Em 2022, por iniciativa do Conselho Nacional de Universidades (CNU), dependente do Executivo, o orçamento que o Estado concedeu a algumas instituições como a Universidade Jesuíta Centro-Americana (UCA) e a Universidade Católica do Trópico Seco (Ucatse) foi reduzido ao mínimo.
"O regime só se preocupa em controlar e colocar todo o país a serviço de uma família", acusou Nichols.
As universidades foram o epicentro dos protestos sociais de 2018, cuja repressão deixou 355 mortos e mais de 100 mil exilados, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Daniel Ortega, 76 anos, assumiu seu quarto mandato consecutivo após ser reeleito nas eleições de 7 de novembro em meio a denúncias de fraude, já que os principais opositores estavam na prisão ou no exílio.
Os Estados Unidos e a União Europeia, que consideram que as eleições não foram democráticas, impuseram sanções nos últimos anos a familiares e aliados de Ortega e Murillo, bem como funcionários e algumas entidades como a polícia e o Ministério Público, por corrupção e violação dos direitos humanos.
Fonte: AFP / erl/ag/jc/mvv
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