Ômicron e volta às aulas
A vacinação de crianças e adolescentes avança a passos lentos no Brasil.
Mesmo assim, a maior parte dos Estados (14) não vai exigir que
os estudantes tenham sido imunizados, segundo informações
atualizadas do G1.
Outros sete disseram que vão cobrar a carteira atualizada, embora ressaltem que isso não será impeditivo para assistirem às aulas. Três ainda não se definiram e outros três não informaram.
Entre os Estados, 22 deles e mais o Distrito Federal vão adotar o modelo presencial nas suas redes de ensino. Três ainda não definiram o formato e um terá aulas
no modo híbrido.
“Com UTIs pediátricas lotadas em todo mundo e no Brasil é um risco
inaceitável devolver milhões de crianças e jovens à escolas que não
tem estrutura, nem preparo nem treinamento para manter normas de
segurança. Vacinem as crianças e abram escolas paulatinamente
com os vacinados”, orienta Nicolelis.
O médico diz, ainda, que se tivesse filhos em idade escolar, eles ficariam em casa pelas próximas duas ou três semanas até que a onda da Ômicron terminasse e eles estivessem vacinados. A taxa de transmissão do coronavírus atingiu o seu maior índice no Brasil nos últimos dias por causa da variante.
Segundo a plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores
da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp
(Universidade de São Paulo), com apoio da Fapesp
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
o ritmo de contágio (Rt) atingiu 1,9 nesta quarta-feira (26).
Antes da Ômicron, o maior Rt registrado pelo Info Tracker
havia sido o de 1,29, em 21 de janeiro de 2021.
“É um enorme temeridade permitir o retorno de aula presenciais em
qualquer nível no meio de uma onda que possui os maiores índices
de transmissão de toda a pandemia. Deveríamos vacinar o maior
número de crianças possível e retornar as aulas progressivamente
com os vacinados”, afirma Nicolelis.
O especialista também publicou um gráfico que mostra que a curva de hospitalizações de crianças na Inglaterra explodiu com a Ômicron, superando até
mesmo a variante Delta. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos.
“Como pensar em reabrir escolas com este risco absurdo?”,
questiona o médico.
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