Na esteira do terremoto que a pandemia causou nas rotinas de trabalho mundo afora, o Google vai dobrar a sua força de trabalho no setor de engenharia brasileiro -a intenção é sair dos atuais 200 funcionários na área para 400 até o final de 2023.
A expansão só é comparável à de 2015, quando a empresa anunciou que o número de colaboradores também dobraria, de 100 para 200.
Embora planos de crescimento para a região já estivessem no radar do gigante de tecnologia antes do coronavírus, o anúncio ocorre após um ano de investimentos sem precedentes em inovação no país.
Ribeiro-Neto é conhecido como o funcionário número um do Google no Brasil. Após criar a ferramenta de buscas Akwan -ligeiro, em guarani- no final dos anos de 1990 na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), foi notado pela companhia.
"O tráfego explodiu", lembra ele. A ferramenta foi comprada pelo gigante de buscas em 2005, quando já se descolara da instituição de ensino e era uma startup.
As mãos dos funcionários brasileiros do Google estão em muitos dos programas conhecidos por usuários do mundo. O recurso para acompanhar resultados de partidas de futebol, por exemplo, tem contribuição significativa dos engenheiros do Brasil, assim como o Family Link, que permite aos pais monitorar o uso do celular pelos filhos a distância.
O último é um dos setores que será fortalecido com a chegada da nova força de trabalho. Estão também na lista as áreas tradicionais, como a busca, e as que estão no centro do debate sobre internet atualmente: privacidade e segurança do usuário.
As grandes empresas de tecnologia estão enfrentando algumas batalhas nos últimos anos. O presidente americano Joe Biden tem perseguido uma agenda regulatória mais agressiva em relação a essas companhias desde que pisou na Casa Branca, no início de 2021. Já a União Europeia chegou a lançar um pacote tributário com foco nessas empresas -que foi suspenso no meio do ano passado.
"O nosso negócio é múltiplo, para bilhões de usuários. Se seguimos um caminho de homogeneidade, os nossos resultados certamente vão se deteriorar a longo prazo", diz Borges. "É uma vantagem competitiva e estratégica."
Para o engenheiro Ribeiro-Neto, a expansão é "um reconhecimento do Google da relevância do Brasil para a empresa". E ele vai além: "em algum momento -não nos próximos dois anos- tenho em mente ter um centro de engenharia com 500 engenheiros".
Fonte: DANIELA ARCANJO/FOLHAPRESS - 24/01/2021
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