sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Olavo de Carvalho zombou da covid e ajudou a aumentar número de mortos e negacionistas

Na última terça-feira (25), o auto-intitulado filósofo Olavo de Carvalho faleceu. Oito dias após testar positivo para covid-19, o guru da extrema-direita brasileira morreu de insuficiência respiratória, mas seus representantes negam que o ideólogo de Bolsonaro tenha sido vitimado pela covid-19.

Negacionista da pandemia, Olavo deixou como última obra a prova de que não tinha razão e sucumbiu ao “suposto vírus”, como ele mesmo dizia.

© Yuri Ferreira

Olavo de Carvalho foi ideólogo que incentivou negacionismo da pandemia e teorias da conspiração que aumentaram mortes na pandemia e polarização na política

A história de Olavo de Carvalho 

Olavo de Carvalho não surgiu como youtuber ou na onda de Bolsonaro. O entusiasta de um americanismo bizonho, de valores conservadores e de teorias da conspiração ganhou notoriedade na imprensa brasileira entre os anos 1990 e 2000 por ser um articulista ‘conservador’ em jornais como Globo e Folha.

Foi somente no início dos anos 2010 que Olavo ascendeu como guru da direita brasileira. Ele foi endossado por hoje críticos de Bolsonaro, como Felipe Moura Brasil – editor de “O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota” – e Reinaldo Azevedo.

O brasileiro morador de Richmond, na Virginia, Estados Unidos, afirmava que Hillary Clinton e Barack Obama eram agentes comunistas-islâmicos-pró-LGBT e que ambos fazem parte de um nova ordem mundial, que reúne a elite bilionária do planeta como George Soros, além de outros políticos como Hugo Chávez, o ex-presidente Lula da Silva e Fidel Castro.

Além disso, reuniu fake news absurdas, como a de que o teórico social Theodor Adorno compôs músicas para os Beatles e que a Pepsi usava fetos abortados para adoçar seus refrigerantes, entre outros delírios dignos do site Sensacionalista.

Olavo de Carvalho também foi um dos principais arquitetos do bolsonarismo e sua emulação do trumpismo dos EUA, além de ter sido o responsável pela inserção de figuras como Abraham Weintraub, Ernesto Araújo, Mário Frias, Roberto Ricardo Vélez Rodrigues e Filipe Rodrigues dentro da política brasileira e, infelizmente, mundial.

Relembre atitudes dos olavistas no governo:

– Assessor de Bolsonaro pode ser indiciado por gesto supremacista

– Embaixada da China acusa Weintraub de racismo: ‘declarações absurdas e desprezíveis’

© Yuri Ferreira

Olavo de Carvalho, sua seguidora Bia Kicis e Stewve Bannon, supremacista branco que foi ideólogo de campanha de Trump em 2016

Mas, nos dois anos finais de sua vida, insistiu – já com a saúde debilitada – que a pandemia era ora inexistente, ora parte de um plano mundial comandado pela China para destituir os valores cristãos e ocidentais. Apesar das conspirações, a verdade chegou de forma triste para Olavo, que colecionou falas equivocadas – se arrependimento matasse! – sobre a covid-19.

“O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel”, disse.

“Essa campanha para nos “proteger da pandemia” é o mais vasto e mais sórdido crime já cometido contra a espécie humana inteira”, afirmou.

“Dúvida cruel. O Vírus Mocoronga mata mesmo as pessoas ou só as ajuda a entrar nas estatísticas?”, questionou.

Hoje, Olavo de Carvalho não questiona mais. Sua voz se calou, mas seu legado e seguidores continuam, por enquanto, no poder.

Fonte: Redação/Hypeness 28/01/2022

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