quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A volta da discussão sobre o “retrocesso do voto impresso, nos desviaram de fatos importantes a serem discutidos”, diz min. Barroso

 

foto:reprodução

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltar a questionar a segurança das urnas eletrônicas, o ministro Luís Roberto Barroso fez um balanço sobre sua gestão à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos últimos dois anos. Em seu discurso, Barroso enalteceu a segurança das urnas e afirmou que o levantamento sobre o retorno do voto impresso seria um retrocesso.

“A volta do voto impresso seria solução inadequada para um problema inexistente”, afirmou. De acordo com o ministro, o voto eletrônico no Brasil é seguro e auditável.

“Derrotamos o passado de fraudes que ocorriam com o voto impresso. As urnas não têm ligação com a internet, não estão sujeitas a uma invasão de hackers. O sistema é auditável e transparente. A discussão requentada do assunto só tem por objetivo tumultuar as eleições” ressaltou Barroso, cinco dias antes de passar o cargo para o ministro Edson Fachin.

 Ao citar o voto impresso nos Estados Unidos e o questionamento de fraudes feito até os dias atuais por Donald Trump, Barroso ressaltou que as eleições ocorreram, são legítimas e o novo presidente norte-americano, Joe Biden, continua a exercer o mandato. Ele concluiu que, de fato, no sistema eleitoral o que não há é “remédio na farmacologia jurídica para maus perdedores”, disse.

Desvio de foco

Barroso ainda ressaltou que, nos últimos anos, a volta da discussão sobre o “retrocesso do voto impresso, nos desviaram de fatos importantes a serem discutidos”. Ele citou a ampliação da participação das mulheres em cargos eletivos e as eleições para as câmaras que ainda precisam avançar. “Conseguimos muitas coisas, mas não todas que desejávamos. Em tema civilizatório, devemos almejar muito”, disse.

O ministro apresentou, durante entrevista coletiva nesta quinta-feira, o balanço das atividades realizadas durante os quase dois anos à frente da presidência TSE.

Além dos problemas enfrentados, Barroso destacou as principais ações desse período. O ministro citou o combate à desinformação, a realização de eleições durante a pandemia de Covid-19, a abertura do Ciclo Eleitoral de 2022, a aquisição do novo modelo de urnas eletrônicas e a sexta edição do Teste Público de Segurança (TPS) do Sistema Eletrônico de Votação.

Posse

Os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, eleitos presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomarão posse na próxima terça-feira (22). A cerimônia marcará a despedida do ministro Barroso.

Fonte:Metropoles - 17/02/2022

 

 

 

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